Sobre o Acervo

O Centro de Memória e Documentação é o espaço do Instituto onde se encontram os registros documentais sobre o trabalho do grupo e outros materiais de leitura e informação. Ele é composto por:

Banco de Peças Teatrais: com diversos textos de dramaturgia de autores brasileiros e internacionais.

Biblioteca: formada por obras sobre teatro, revistas/publicações de grupos teatrais e trabalhos acadêmicos (TCCs, dissertações, teses, artigos) sobre o Teatro de Rua, em geral, e o Grupo de Teatro Tá na Rua, em específico.

Acervo Tá na Rua: onde estão depositados documentos escritos, imagéticos e/ou gravados referentes tanto ao Grupo Tá na Rua, quanto a seu diretor e orientador, Amir Haddad: anotações, diários de trabalho, dossiês, projetos, relatórios, escritos reflexivos, releases, books, reportagens, fotos, filmes S-8, vídeos, gravações de entrevistas em fitas cassete, cartazes.

O hábito de fazer anotações sobre seu processo de trabalho foi desenvolvido pelo Tá na Rua desde os tempos da pesquisa inicial que seu origem ao grupo; as primeiras anotações datam de 1978. Nelas são assentadas as experiências vividas em cada um dos distintos espaços do trabalho, bem como os questionamentos, as investigações sugeridas pela prática exercida, e produzem assim, a criação contínua de material documental escrito. Mais importante ainda: essas anotações permitem a manutenção de um importantíssimo espaço do trabalho: o da reflexão, da compreensão do que está sendo realizado, da avaliação dos caminhos percorridos, ou seja, da elaboração da prática. Caminho essencial dentro dos processos desenvolvidos pelo Tá na Rua.

Apesar de apresentar lacunas, esse acervo abrange praticamente o trabalho de Amir desde o começo de sua carreira como diretor de teatro e todo o período da pesquisa realizada pelo grupo (1976 a atual).

Saiba mais

O cuidado em salvaguardar esse material sempre se deu a partir da compreensão clara sobre a importância de tais documentos para a formação de conhecimento e para fomentar a memória e a história cultural, em geral, e principalmente a história do teatro de rua brasileiro, tão desconhecida ainda hoje. Uma história que vem se fazendo exatamente à medida que, a partir do final da década de 1990, diversos pesquisadores têm se debruçado sobre os documentos dos inúmeros grupos de teatro de rua existentes no Brasil e que, movidos por preocupações semelhantes, estruturam seus acervos, fazem publicações. Em se tratando da história do Tá na Rua, tais questões se tornam duplamente importantes, visto ser um dos grupos de teatro de rua pioneiros no contexto mais recente/contemporâneo.

Manter esse acervo, entretanto, não tem sido fácil para o grupo. Muitos incidentes, ao longo dos mais de quarenta anos de trabalho, a partir de acontecimentos geralmente relacionados a falta de estrutura para manutenção desse acervo – de ataques de cupins ao desgaste do papel de escritos e fotos impressas, causado pela poeira, pela temperatura inadequada do ambiente, pelo próprio manuseamento muitas vezes inadequado -, provocaram a perda de parte desses materiais.

O Acervo é pertencente ao grupo e foi sempre organizado e cuidado pelos atores. Durante muito tempo permaneceu sem qualquer catalogação e/ou outro tratamento técnico específico. Havia apenas uma organização primária, separando essa documentação, feita grosso modo, de acordo com a especificidade de seus assuntos (anotações de trabalho, projetos, entrevistas, fotos).

Em 2005, por meio do Projeto Memória Tá Na Rua, com patrocínio da Petrobrás, foi realizado um amplo trabalho de higienização e organização do material até então existente, além da publicação do livro Tá na Rua – teatro sem arquitetura, dramaturgia sem literatura, ator sem papel, organizado por Licko Turle e Jussara Trindade (2008). Nesse período, o Acervo se encontrava localizado no espaço que abrigava a sede administrativa do Grupo – espaço gentilmente cedido ao grupo pelo Inacem/atual FUNARTE, desde 1990, localizado no prédio do Teatro Glauce Rocha, à Av. Rio Branco 179, 5o. Em 2019, devido a necessidade de realização de obras nesse local, todo o Acervo foi transferido para a Casa do Tá na Rua, sede do grupo, local que não oferece condições necessárias à permanência desse tipo de Acervo, o que causou alguns danos à limpeza e à organização geral anteriormente feita, bem como a alguns documentos em específico.

Em 2024, com a aprovação do Projeto Tá na Rua tem História, aprovado pelo Programa FUNARTE RETOMADA 2023 – TEATRO, deu-se início, mais uma vez, aos trabalhos de higienização, identificação e organização dos documentos existentes, tendo como finalidade preservar, conservar, estruturar e difundir a produção e a memória do grupo de teatro Tá na Rua nesses mais de 40 anos de trabalho. Contamos também, no momento, com o Apoio Institucional da Cinemateca do MAM no processo de digitalização do acervo audiovisual.

Ainda através do projeto Tá na Rua tem História/Programa FUNARTE RETOMADA 2023 – TEATRO, foi proposta a criação do site do grupo, forma de tornar público todo esse acervo documental, disponibilizando-o a pesquisadores, estudantes, artistas e todos os interessados pela história do teatro brasileiro. Um espaço virtual que funcione não só como um arquivo documental, mas também como uma espécie de museu virtual, que traz em seu arcabouço a possibilidade de difundir esse acervo artístico e de democratizar o acesso a tal documentação, inclusive a nível global, à medida que acreditamos que as informações que aí se encontram merecem e necessitam ser mais amplamente acessadas e conhecidas..

Dessa forma, se materializa a salvaguarda desse material, mantendo sua integridade, protegendo essa memória e, ao mesmo tempo, permitindo sua utilização de forma mais ampla e cuidadosa.

Ficha Técnica

Realização: Funarte / Ministério da Cultura /Governo Federal e Instituto Tá Na Rua para as Artes, Educação e Cidadania
Direção Geral: Amir Haddad
Coordenação do projeto e Curadoria: Ana Carneiro
Coordenação Administrativa: Maria Helena da Cruz
Produção: Maria Ines Vale
Elaboração de projeto: Ana Carneiro, Carol Eller, Evandro Castro, Isadora Figueira, Maria Helena da Cruz, Maria Inês Vale e Máximo Cutrim.
Pesquisa: Carol Eller, Luciana Pedroso, Mônica Saturnino e Isadora Figueira
Assistentes de coordenação do projeto: Evandro Castro e Máximo Cutrim
Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Comunicação
Desenvolvimento Web: Somar Comunicação
Programador Visual: Leandro Felgueiras (FARPA)
Apoio Institucional: Cinemateca do MAM

 

Este projeto foi fomentada pelo PROGRAMA FUNARTE RETOMADA 2023 – TEATRO

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