Criado em 1980, prestes a completar 45 anos de existência, o Grupo de Teatro Tá Na Rua se dedica à criação, pesquisa e formação em teatro de rua no Brasil. Unindo o novo e o velho, o grupo articula uma linguagem eminentemente popular, que incorpora as raízes da tradição cultural carioca e brasileira, com o desenvolvimento de metodologias e técnicas para uma arte de rua contemporânea, construindo assim uma linguagem artística própria, marcada pela irreverência, a visão carnavalizadora do mundo e pela imensa capacidade de improvisação de seus atores.
Sua formação está intrinsecamente relacionada ao pensamento de seu coordenador e diretor, Amir Haddad, e se traduz, no momento atual, principalmente a partir do conceito de Arte Pública, que é por ele definido como: uma arte que não se vende e não se compra, e se realiza no contato direto entre o artista e/ou sua obra com a população, sem distinção de nenhuma espécie, em todo e qualquer lugar.
Com seu valor reconhecido a nível nacional e internacional, em 2011 o Tá Na Rua recebeu o título de Patrimônio Imaterial do Estado do Rio de Janeiro por meio do projeto de lei 3.093/10, do então deputado estadual Alessandro Molon (PT).
Saiba Mais
O Tá Na Rua vê o teatro como uma pedagogia de ação transformadora: o espectador transformando-se em ator, tomando em suas mãos a configuração e discussão de seu destino. Um teatro popular, com uma linguagem narrativa, dialética, que constrói sua dramaturgia no próprio desenvolvimento da ação/reflexão. O teatro como uma ferramenta eficaz que proporciona aos setores populares a capacidade de apropriar-se de sua autoexpressão, em busca de sua própria identidade cultural, desvinculada da cultura dominante e hegemônica.
O Tá Na Rua sempre se movimentou levantando questões que abarcam a função do teatro na sociedade, o ofício do ator, o exercício criativo da construção cênica, o alargamento das possibilidades expressivas, as relações de troca, produção e aprendizagem em coletivos de trabalho e a consciência do caráter histórico e político dos espaços de representação. Apostando decisivamente no teatro como uma arte necessária e transformadora, que atua no presente para a construção de um outro futuro.
“Não há espectadores no mundo. Todo mundo é ator! A ideia de espectador serve para manter uma parte da população passiva para que a outra, ativa, domine, escreva a sua história.” (Tá na Rua, 1983)